domingo, 13 de dezembro de 2009
Você Lembra Disso? (nova série imperdível do L4M)
Quem nunca brincou de lego? E na hora de pedir, você fazia isso?
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Noticías do Mundo Jurídico
Acredito que a lama que rodeia José Sarney já é bastante conhecida. Alguns atos secretos aqui, outros não tão escondidos ali, mas todos bastante imorais. Parece que a coisa é de família, porque o filho dele, Fernando Sarney, também está envolvido na sujeira.
Do ponto de vista jurídico, nada disso foi confirmado; o que existe são apenas suspeitas e investigações. Enquanto esta certeza jurídica não vem, a imprensa vai divulgando as descobertas da polícia. Com medo de ver sua reputação destruída por esta notícias, Sarney, o filho, pediu que a justiça proibisse o jornal O Estado de São Paulo de divulgar o resultados das investigações sobre ele, enquanto sua culpa não fosse atestada pela Justiça.
Um juiz em Brasília acolheu o pedido de Fernando Sarney e o Jornal levou a questão ao Supremo Tribunal Federal. Os ministros do Supremo, então, debateram longamente sobre a liberdade de imprensa, mas, no final das contas, não decidiram nada. Eles entenderam, na sua maioria, que Jornal usou o recurso errado e por isso deixaram tudo como estava.
Situações como essa, para mim, são delicadas. De um lado temos uma justiça que nem sempre julga e quase nunca condena. De outro, temos uma imprensa que sozinha faz a investição, o julgamento e dá a sentença, tudo isso num só dia. É difícil confiar em qualquer um dos dois. Mas, pior que isso é o seguinte paradoxo: não temos como acompanhar a justiça sem a imprensa. E, quando a imprensa exagera, nos resta recorrer a justiça.
A solução deste dilema me parece se aproximar do que afirmou o ministro Ayres Britto, ou seja, não se pode proibir o uso da liberdade de imprensa por medo de abusos. Este foi um dos poucos ministros do STF que teve a coragem de enfrentar o problema e apresentar alguma solução.
No final das contas, o que eu acho, e o que os outros 190 milhões de brasileiros acham, não faz muita diferença, já que nove juízes decidiram que os atos de Sarney devem permanecer secretos...
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Camarada Obamis
Não tenho muito a dizer sobre isso, a não ser "eu já sabia". Bom, saber eu não sabia, mas imaginava. Bush deixou um orçamento de centenas de bilhões de dólares para o exército e ninguém iria querer perder essa grana, nem o governo nem os fornecedores.
O que eu nunca poderia imaginar é que Obama receberia um prêmio Nobel por fazer a Guerra Justa de sempre. Meu amigo Alfred deve estar se revirando na cova.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Diálogos Quase Inverídicos do Dia-a-dia (21)
- Salvador? Então eu quero um cd do "Patrulha do Samba"!
- Patrulha do quê? Vixe minha nossa senhora...
Uma semana depois...
- Mãe, você voltou!!!! Como foi de viagem?!?!?! Achou o cd que eu pedi?!?!?!
- Oh filha, que saudade!!!! O seu cd eu procurei em tudo quanto é canto lá em Salvador, mas ninguém conhecia essa tal de "Delegacia do Pagode"!
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Uma Campanha Justa
A despeito da noção corrente de que o baiano preguiçoso, nós não vivemos em festa, tampouco passamos o dia na rede. Sonhamos com essa vida boa, mas trabalhamos muito. Ouvi dizer, de pessoas cuja fidedignidade é inatacável, que a Bahia tem o menor número de feriados de todos os estados da federação. Ouvi ainda, de outros indivíduos de reputação ilibada, que só os conterrâneos de Rui Barbosa e Teixeira de Freitas começam a trabalhar antes das 10:00 e continuam depois de 18:00. Talvez por isso, pelo país a fora, os trabalhos mais árduos são confiados aos nordestinos e talvez seja esta também razão de os baianos disputarem os primeiros lugares dos principais concursos públicos com os japoneses.
Ou seja, longe de sermos preguiçosos, somos muito trabalhadores e merecemos um descanso. Nada mais justo. Desta sorte, eu, que sou testemunha e exemplo desse povo, aderi a uma campanha que está se difundindo no Brasil e que ainda não tem nome. A idéia é simples: já que teremos a copa em 2014 e as olimpíadas em 2016, vamos enforcar 2015!
Por todo o mundo os enforcamentos acontecem e estão até previstos em algumas Constituições. Vi no google que só no Japão umas 18 pessoas estão na fila da forca. No Brasil, não temos nem uma lei sobre isso, mas temos fartos precedentes, já que os pernambucanos enforcaram um frei, que se chamava Joaquim do Amor Divino, e os mineiros enforcaram um dentista, o tal do Joaquim José “que também é da Silva Xavier”. Se eles podem tomar vidas inteiras, por que não podemos pegar um ano só?
Assim, acredito que o pleito é forte e declaro o meu total apoio, ao tempo que submeto a idéia aos demais moscadores, digo, mosqueteiros.
sábado, 28 de novembro de 2009
Diálogos Quase inverídicos do dia-a-dia (2)
-Menina você não sabe! Acordei hoje de madrugada e fui acender a luz, cadê a luz? aí eu saí de casa e gritei: Acorda todo mundo que derrubaram o Gato da rua toda!
- oxe, e aí fizeram a intera do fio?
- Foi, toda mão é isso, cortam a porra lá e cada um dá 4 conto, faz a intera do fio e levanta os gato tudo de novo, tá lá botando agora, e bota de dia, num é de noite não, bota de dia mesmo.
- e venha cá, lá num tem traficante não?
- que mais tem
- e os cara corta assim é?
- Foi de noite menina todo mundo durmindo.
- Oxe, lá na rua é assim, corta o gato aqui morre cem metro a diante.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Série Pretensamente Interativa: coisas que nunca ouvimos de nossos pais
*****
- Filho, eu e sua mãe vamos passar o mês fora. como vc sabe, não gostamos que vc fique sozinho em casa, então aqui está um dinheiro pras bebidas e pras prostitutas...
*****
- Agora você passou dos Limites! Perda total no seu Peugeot 307!! tá de castigo vai ter que dirigir o Golf 2.0!
(essa hitória é quase real...)
*****
- Let it be, let it be, let it be, let it be, ô Let it beeeeeee....
*****
- Luke, I am your father...
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Nota sobre Urbanidade
adicionei mais um super blog/site para os nossos elos. Trata-se de "Urbanidade-vida e morte nas cidades" um site mantido pela militância do CEAS - Centro de Estudos e Ação Social - com objetivo de publicar artigos sobre os mais variados aspectos da vida urbana incluindo um de interesse particular meu, a mobilidade urbana.
Espero que gostem.
Diálogos quase inverídicos do dia-a-dia
- É só mandar um e-mail para "assssecoria@...."
- Tem certeza que o endereço é esse?
- Foi a mulher quem falou que era assim, com quatro "s".
- Ah.....
da série Histórias de meu avô
Bom, mas como, pra variar, isso tem pouco a ver com o que vou colocar aqui hoje, vamos adiantar.
Na verdade trago hoje uma poesia, uma das muitas que meu glorioso avô Antônio sabia "de có". Sempre que eu lembro de meu avô eu lembro que ele recitava. era lindo. ler não vai levar a vocês tudo o que eu vejo nesse poema mas espero que gostem. tem um dvd aqui em casa com ele recitando qualquer dia desses quem sabe...
Sou o Tempo que passa, que passa
sem princípio, sem fim, sem medida
vou levando a ventura e a desgraça
vou levando as vaidades da vida
A correr de segundo em segundo
vou formando os momentos que correm
formo as horas que passam no mundo
formo os dias que nascem e morrem
Ninguém pode evitar os meus anos
vou correndo sereno e constante
Deste modo de cem em cem anos
formo um século e passo adiante
Trabalhai porque a vida é pequena
e não há para o tempo demora
não gasteis os minutos sem pena
nem façais pouco caso das horas.
(Olavo Bilac)
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Série Interativa: Coisas que não gostariamos de ouvir de nossos pais
(na sua formatura)
- (PAI) Filho! estamos tão orgulhosos de você
- (MÃE) Não disse que era uma boa idéia criar a placenta!
***
- (mãe) Filho, eu sou seu pai...
[editem o post e coloquem suas frases]
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
E sete horas e meia depois...
"vou pra essa porra" repetia comigo mesmo "de qualquer jeito". essas palavras foram repetidas mais de mil vezes por aqueles que como eu, suportaram indignados aquela falta de respeito. nove e meia eu chego no Shopping paralela achando a fila já na passarela que fica em frenta ao local. choveu logo que cheguei, "sorte que a fila estava descomunal e eu estava embaixo da já citada passarela.
Duas horas depois tinhamos andado cerca de trinta metros em diração ao shopping. tinhamos pq nesse meio tempo já tinha feito amizade com um casal que estava atrás de mim na fila. aí nessa hora a gente já ouvia de tudo: "Nos outros lugares tá mais rápido", "vão comprar tudo pela internet", "vamo morrer", "o papa tá comigo" e muitas vais direcionadas aos espertos e velhos conhecidos "fura-filas".
Uma hora depois ( o shopping ia abrir) resolveram colocar o povo pra dentro, coisa que só fomos descobrir depois, pq achavamos que finalmente a incompetencia e a negligencia haviam sido superados e que iriamos em poucos minutos sairíamos gloriosos com nossos prêmios. como já dito ledo engano.
Dentro do shopping fomos colocados em uma fila zig-zag de três zigs e dois zags em um corredor que tinha bem uns quarenta metros. o alento era que tudo parecia mais organizado e os nossos queridos fura-filas eram prontamente acossados ao mínimo sinal de fraude naquela serpente de quase 200m.
Com aproximadamente duas horas de espera tinhamos terminado o primeiro zig e chegavamos ao final do primeiro zag entravando no segundo zig. o plural agora foi por um brodinho que tinha vindo de camaçari pra comprar o jogo (raça da porra), o casal que outrora me acompanhava havia desistido ao entrar no shopping. da onde estavamos dava pra ver que havia fila lá fora do shopping ainda.
Hinos e hinos do bahia depois, viamos o resultado daquele amontoado de gente alí apertados. Pacotes e pacotes de redes de fast-food enfeitavam o chão, junto com latas de cervejas e refrigerantes, pacotes de salgadinhos e uma infinidade de outras porcarias outrora comestíveis. Depois da fome veio o momento dos joguinhos: Dica, Palitinho, Uno(oito maluco), Canastra, Dominó, Playstation Portáteis (PSP) e tudo mais que se pode imaginar que a criatividade e poder aquisitivo combinados daquela classe que estava alí. podia-se jurar que o Brasil por aquela amostra era majoritariamente branco, o que é uma mesntira.
Vários gritos em honra e homenagem ao tricolor de aço ajudaram a passar as outras duas horas e meia que ficavam tensas com a aproximação ao caixa. Mais finalmente Cinquenta reais mais pobre e sete horas e meia depois...
...Consegui! Vou ao jogo do Brasil. Salve a Seleção.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Da série: Desculpas ridículas para se fazer um filme
Vamos dizer que vc vê um cachorro latindo para um golfinho e o golfinho respondendo, lá daquela forma que os golfinhos respndem as coisas. o que vc pensa? eu sinceramente ia passar direto, talvez xingasse o cão na minha cabeça mas em segundos aquilo voaria da minha cabeça. levando esse pequeno incidente ao limite talvez alguem pensasse, uma mulher provavelmente: que bonitinho, óóó tão namorando! tirava uma foto e falava com as amigas que foi bonitinho e voltaria a sua via fosse ela qual fosse.
Mas nesse momento em que todos duvidam da capacidade do cinema dos EEUU de cometer atrocidade eis que surge: Quase Feitos Um Para o Outro. filme baseado na premissa (dita em alto e bom som por uma das personagens) de que "se o cão pode se dar bem com 'a' golfinho (roxane por sinal) porque nossa(falava com a irmã) mãe não pode se dar bem com o pai de 'fulano'"
É por isso que o Brasil não vai pra frente?
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Da série "Eu Ia Jogar Fora, Mas Senti Que Ia Me Arrepender"
Pode até ser que nem estejamos mais juntos, e as histórias de nós dois sejam apenas uma lembrança antiga, algo que as amigas dizem “menina, eu jurava que vocês iam casar”, exceto aquela que dá uma de vidente, depois que tudo passou, e diz “eu sempre soube que num ia dar certo, tinha alguma coisa errada com aquele menino”. Aí, quem sabe, você vai ver seu nome no papel, vai abri-lo com o cenho franzido, sentar na beira da cama e dar um sorriso, lembrando as noites em claro, os suspiros abafados, as garrafas de vinho contrabandeadas para dentro de casa, a expectativa por uma mensagem no celular ou uma ligação... Talvez, nesse momento, você esteja deitada na cama, cheia da ternura da lembrança, das memórias que agora têm novas cores sob a luz desta declaração, e então ligue para um outro alguém e ame ele com todo o sentimento que deixei para você.
Quem sabe, então, nem seja você a encontrar a carta, mas uma adolescente que agora mora nesse quarto que foi seu e que estava arrumando o armário que você deixou para ela. Feito um escafandrista, ela virá explorar seu quarto, suas coisas, e tentará descer até as profundezas de um sentimento antigo feito o português que lhe descreve, nadando através dos períodos longos e se divertindo com as caras estranhas das expressões que já não se usam mais. Talvez seja ela a amar alguém com o que lhe deixei , afinal, amores serão sempre amáveis e estes futuros amantes se amarão sem saber com o amor que eu um dia deixei pra você.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
A bala
Propaganda da revista Piauí: "Exclusivo! Nenhuma palavra sobre Michael Jackson."
Hamlet: "Ser ou não ser: eis a questão."
Por fim, a frase mais reflexiva de todas, dita por um popular, no SAC de Cajazeiras: "Ele se acha a bala que matou Tiradentes."
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Utopia
Deixo aí para reflexões. Talvez volte depois com as minhas.
terça-feira, 9 de junho de 2009
No Aeroporto Internacional da Vila de Aurélio
- É. que frio da porra. (risos)
- Pois é. (risos)
- É bom eu correr.
- Com certeza (risos).
- (risos)
- Passa lá no Rio. diz que tá tudo bem comigo.
- Vou ver. mas parece que lá a coisa não tá muito boa...
- Diz que eu sinto muito, mas que eu volto...
- ...Já faz um tempão que você tá aqui... ei ei, calma rapaz, vai ficar tudo bem.
- (soluços) não conta isto pra ninguém não porque...
- eu sei, eu sei, relaxa. deixa eu ir. se puder, te mando notícias.
- Boas, eu espero. boa viagem meu amigo. ah e conta pra turma que eu vou levando.
(...)
- Ai que saudaes daquela vida boa!
quinta-feira, 28 de maio de 2009
da série Curtas da vida cotidiana
- Oi eu tenho uma consulta pra agora quatorze e trinta.
- O senhor sabe qual é o médico?
- É um ortopedista...
segunda-feira, 18 de maio de 2009
da série: Personagens que ficaram de lado
Frade Laurêncio de Verona
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Da série Isto Não É Um Blog Futebolístico
No mais, aquele deputado que construiu o castelo, Edmar Moreira, deve ser absolvido na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, pois não sabia que estava fazendo uso indevido do dinheiro. Ele é um pobre ignorante. Segundo o relator do processo, os deputados que estavam distribuindo as passagem para familiares e amigos foram anistiados justamente alegando que não sabia que isso proíbido. Eu ainda pensei que, pelo menos, eles só poderão usar essa desculpa uma vez. Só que, nada impede que da próxima vez eles digam, "oh, rapaz, esqueci que não podia!".
Um broder alemão disse, certa feita, que se o povo soubesse como as leis e as salsichas são feitas, deixaria de obedecer umas e de comer as outras. O pior é que a gente sabe. Grande Bismarck...
domingo, 3 de maio de 2009
Um dia para reclamar de Deus
Começou a mais ou menos uma hora e meia atrás, quando a porcaria do santos não conseguiu marcar aquele merda de lateral do corinthians. e daí? e daí que minutos depois a porcaria do peixe simplesmente empatou o jogo e perdeu a porcaria do estadual. e pra piorar um pouco no momento do empate, no rio, estava flamengo 2, botafogo zero. dessa forma era flamengo campeão. aí eu lembrei de um seriado que gosto chamado My name is Earl que trata de um sujeito que sacaneou um milhão de pessoas e depois ganhou na loto, daí ele perdeu os bilhetes e passa o tempo do seriado tentando reverter os estragos que fez para que um dia possa receber o inheiro. o que eu qui s dizer com isso? bom, se a história do carma existe (tema da série) eu poderia ter grandes esperanças para o bavi que viria.
Depois de algumas dezenas de minutos o fatídico um a um no pacaembú se confirmaria e ronaldo subiria ao pódio para receber a taça de campeão paulista, inédito para ele. Gosto de ronaldo, torço pra ele se recuperar mas como diria um novo e sábio companheiro tricolor: não o suficiente para torcer pelo corinthians. mas o que ocorria agora era euforia. Reinaldo Alagoano, a praga do meu ataque jogou muito e olhe, retiro o que disse, joga muuito mais que selmir, muito mais, fez um a zero bahia e depois de um corta-luz sem precendentes deu um passe açucarado para o oluco Ávine marcar no placar dois a zero bahia. a palavra? Euforia. as Skol que comprei na padaria aqui do lado fazendo efeito, corri pro quarto na ponta dos pés (jamile estudava) e peguei meu celular, segundos depois ligação de um ilustre tricolor! mostrei a ela pra ter testemunhas, o diálogo? Alagoano tá jogando muito!Cê viu a cacetada que ele deu no primeiro gol?Rapaz o corta luz e o passe do segundo foram tudo! Mais ou menos isso, nem falamos de ávine que fez um bom primeiro tempo nem do passe de Paulo Roberto para o primeiro gol, só isso.
Começava o segundo tempo no Lixão, ou Barradisney como diria Bolota, e no maracanã o botafogo levava a decisão do carioca para os pênaltes. agora um adendo que vale ressaltar: eu ODEIO o futebol carioca e,como diria um paulista conhecido meu: se encontrasse uma lâmpada mágica com três desejos pedia pra cercar o rio com muros de cem metros de altura e depois enchia de água, claro que agora só importa o futebol. mas como até o capeta escolhe seus associados eu faço uma espécie de ranking e pra encurtar a estória, futebolisticamente existem dois times que eu me recuso a torcer em qualquer que seja a situação: são Flamengo e Corinthians. a essa altura São paulo estava perdido mas me restava o rio e como eu conheci por esses tempos um torcedor do Botafogo resolví alternar entre as imagens da reccord ( e os comentários de varela) e as imagens da BAND e a disputa por pênaltes do BotaFla. o que aconteceu foi que Cuca ganhou e o botafogo, que teve Duas oportunidades pra se sagrar campeão daquela bosta de campeonato, perdeu para o flamengo. carma, né? relaxa, antes de pensar em carma veja que eu tenho um "plus" no quesito: estou em ilhéus e aqui, enquanto tava todo mundo assistindo ronaldo fazer a final com neymar (arrggh eu odeio a rede Globo) estava o povo aqui assistindo e ouvindo por rádio (acreditem) a final do carioca, e tem carreata quando essa porcaria rubro negra ganha...
Aí eu pensei: Só falta o vitória ganhar essa merda pra eu me matar, pensamento que foi logo espantado.
é isso aí.
domingo, 26 de abril de 2009
Prólogo
Eram mais tres com aquele do botafogo, um com uma meia-calça preta cobrindo-lhe o rosto, outro com um gorro de ski, este suava às bicas, e o terceiro com um gorro de algum time de futebol americano. O Jogador mandou a gente ser rápido, o homem do gorro preto era o mais alto de todos e o mais forte, tinha uma voz grave que imprimia certo respeito, Que nome tosco, riu o da meia-calça, quem é que usa esses nomes ridículos, Ele tinha o dinheiro e por esse tanto eu chamava ele de mamãe, todos concordaram rindo.
Os quatro observavam um prédio pequeno, quatro andares apenas, o objetivo era o terceiro. Com a chave do apartamento em mãos não seria necessário sequer arrombar a porta. Chovia um pouco, a sobra do dia, e as calçadas que estavem, como sempre, em péssimo estado eram armadilhas eternas. Eles atravessaram a rua chegando à portaria que não tinha proteção alguma exceto um cadeado velho que mesmo sem as chaves não seria problema algum
O do gorro de futebol americano, prontamente apelidado de gringo, estava com as chaves e foi até o cadeado. O portão de ferro fez um gemido irritante quase de dor e todos disfarçaram e fingiram não ver o sorriso ou ouvir a risada abafada do homem da meia-calça. Mais acima das escadas que se somavam à frente da quadrilha havia uns quadros, não aquelas cópias baratas de quadros famosos mas aqueles que se encontra em qualquer supermercado com molduras baratas e motivos de vasos com plantas ou natureza morta. Enquanto subiam um mau cheiro começava a ser sentido, excrementos e vômito, era o mais provável, a principio poderia se imaginar um lugar cheio de bêbados, e o que não falta é vagabundo pra ficar bêbado nessa cidade, mas não era das paredes que emanava a podridão, parecia que ela se estirava por debaixo das portas, caso o pequeno retrato de orquídeas não tivesse sido pintado por um autor tão desconhecido talvés elas tivessem murchado.
Quando chegaram ao terceiro pavimento o mal cheiro se intensificou, parecia agora carne putrefada, do lado de fora a chuva que caía ha mais de três dias disfarçava o cheiro mas dentro, era nauseante. Porém apesar do nervosismo geral eles continuavam, e quando o gringo foi à porta com as chaves a risada macabra do homem da meia-calça tornava-se impossível de ignorar. É de sabedoria universal que existem muitos níveis de personalidade entre os homens e que desde sempre, dentro de determinado grupo, havia formas de determinar quais dessas eram toleráveis ou não. A prova disso é o sistema jurídico, que existe, de uma forma ou de outra, em qualquer país do mundo. É por isso que não é de se estranhar que entre criminosos existam esses níveis e que podemos intuir mais ou menos que os crimes “explicáveis”, ou seja, que tenham motivação material estejam no topo da lista separando ainda aquelas necessidades materiais básicas das mais fúteis, essas acima destas. E na base dessa hierarquia, por assim dizer, estão os crimes que não têm base material, estupro, tortura, homicídios sádicos e etc que são executados pelo aspecto mais perverso da humanidade, que alguns alegam que não é nem humanidade, o que é, naturalmente, um absurdo. Os homens que acompanhavam o do gorro de meia-calça olhavam-no com muito medo, parecia ser o único dalí que tirava daquela situação alguma espécie de prazer.
Aberta a porta o fedor nauseante da putrefação adiantada tomou o corredor e todos vomitaram. Começou com o gringo que quase não conseguiu tirar o gorro a tempo depois o botafogo e em seguida o do gorro de ski. O da meia-calça tirou pacientemente seu “disfarce” e vomitou do lado do seu corpo sem dar sinais de náusea. Foi o primeiro a entrar no apartamento. Botafogo, tentando se concentrar seguiu o homem do gorro de meia-calça, atrás dele o que vestia o gorro de ski, o gringo não quis entrar parecia por demais enjoado e acreditava que seu papel de chaveiro havia sido cumprido.
Estão todos mortos, dizia já gargalhando o do gorro de meia-calça, todos aqui estão mortos. A fala daquele homem sinistro não representava nada demais para os que se encontravam naquele apartamento, as palavras na verdade ameizavam um pouco aquela cena horripilante: Em um sofá da sala jazia um homem estrangulado ainda com a arma do crime em volta do seu pesoço, Estão todos mortos, dentro do quarto uma mulher que de tão desfigurada, poderia ser facilmente confundida com um homem de vestido banhado em sangue, Estão todos mortos, ao lado da cama um berço com uma criança que deve ter passado mais tempo no ventre materno do que do lado de fora, sorte, alguns diriam.
Estão todos mortos, por algum motivo de todas as vezes que o homem do gorro de meia-calça disse essa mesma frase, entre gargalhadas e risos abafados, essa, em particular, levou os fortes punhos do homem do gorro de ski ao seu rosto e estomago, Cale-se e vamos terminar logo com isso. Com o som das risadinhas abafadas do homem do gorro de meia-calça ao fundo, botafogo tirou do seu bolso uma pequena caixa de metal, O que é isso? Foi o que o chefe me mandou fazer, Chefe?, É, o tal Jogador, ele me mandou deixar isso aqui num lugar bem fácil de ver, Ele me mandou queimar tudo, me deu essa maleta disse que era só abrir e botar o código, aí temos cinco minutos pra sair, Mais do que suficiente, Vocês não entendem, todos nesse prédio estão mortos, o homem do gorro de ski deixou a maleta sobre o criado mudo e foi em direção ao homem do gorro de meia-calça pegou-o pelas golas da camisa e o prensou contra a parede, Olha aqui meu velho eu não tou nem aí se o quarteirão inteiro tá morto eu sou quero armar esse brinquedo aqui, dar o fora e pegar minha grana tá ligado? E se você não calar essa porra dessa boca você vai ver essa belezinha aqui pocar de dentro do quarto, sacou?, A verdade, que ninguém vai saber, é que o cara de gorro de ski morria de medo do homem que ameaçava, faz parte daquela hierarquia dos criminosos, o homem do gorro de ski estava no topo da hierarquia, foi despedido do seu emprego de segurança de boate porque se exaltou demais com o cara errado, fazia isso pela grana e com o orgulho ferido, o outro desejava ter matado aquela família e fantasiava imaginando como fazer isso de forma bem dolorosa, ou seja, estava bem em baixo da pirâmide.
O homem de gorro de meia-calça segurou a risada até que o do gorro de ski o largasse, e a medida que este se afastava aquele ria cada vez mais. O gringo aparece na soleira da porta do quarto com botafogo ao seu lado, E aí, acabamos com isso ou não?, Quase pronto é só eu abrir isso aqui...
E sob os ecos das sinistras gargalhads do homem do gorro de meia-calça o prédio veio abaixo.
domingo, 19 de abril de 2009
O jornal de hoje é a embalagem de amanhã
Talvez, se enrolassem o bicho com escritos de Machado de Assis, o produto duraria para sempre. O problemas é o que seria dos jornais...
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Coisas que mais me irritam no velho Bus
1ª Senhorinhas e Senhorios que pegam um ônibus no porto da Barra e vão saltar na Est. Mussurunga e com tanto espaço no ônibus resolvem se aglomerar naquela maldita estreita passagem entre a cadeira única de deficientes e a barra que fica próxima ao motorista, impedindo a saída da galera. (Alto nível de estresse).
2ª Seres humanos desvairados que não têm a menor idéia do tamanho de seus corpos e na hora que o ônibus tá LOTADO eles passam reto, como se não houvesse niguém ali na porra no ônibus, quando o certo seria eles passarem de ladinho, já que fisicamente é mais apropriado. (Alto nível de estresse propenso a gerar agressão física e gritos de ausência de educação)
3ª Jumentos e jumentinhas (forma carinhosa de falar!) que ao estarem de pé no busão, seguram nas barras de descanso que ficam no teto deste com uma sacola na mão. O resultado disto é que toda vez que o ônibus anda, o maldito saco faz uma espécie de movimento pendular de maneira que a pessoa ao lado fique tomando "sacadas" na cara. (Nível de estresse moderado que pode ser contornado)
4ª Situação maldita! É justamente quando estamos sentados no banco só que na cadeira que fica para o corredor. O que acontece é que quando a locomotiva está entupida, as pessoas tendem a ocupar os espaços "vazios", tendo em vista que um desses espaços as pessoas tendem a ficar cada vez mais próximas nos nossos braços ou ombros. O que acontece ? Quando passa uma das pessoas mencionadas no item segundo, ela tende a empurrar as pessoas que estão a sua volta, de modo que sempre sobra um pinto ou um celular que está no bolso passando pelo ombro ou braço de quem está sentada na cadeira do corredor. (Situação bem complicada...vc sabe que foi um pinto, mas torce pra que tenha sido um celular, uma escova ou um pacote de bono)
5ª Puta que pariu! é sábado, dia de ir para praia, uma curtição do carai, e o que acontece ? Sempre tem um cretino pra atazanar com uma tecnologia. Ontem assistia ao jogo do bahêa e ainda tem idiotas que usam aquele laser que Telma (Profª de História da 7ª série) usava para dar aulas pra sacanear as pessoas. Não é que arranjaram um jeito de colocar músicas para ouvirmos nos celulares ? O que jóia! Jóia, uma caceta! Eu estou lá na minha e um safado arranja um jeito de colocar uma música de Belo, Krigor, Brazilian Boys nas alturas me forçando a ouvir aquela porcaria! Porra! que ouvir ? Ouça! Mas que seja com um fone ou algo do tipo, de maneira que ele não obrigue a todos ouvirem. ( Até tem um ponto positivo! Ouvir Silvano Salles é sempre um prazer)
6ª Muito bem, é hora de ir para casa! Pá, decente, véi! Me passa aquele Rio das Pedras ou então os ônibus que acostumei a pegar nesses últimos anos nos quais estive na faculdade (Doron R1, Est. Mussurunga e outros). Estou voltando para casa naquele horário maroto e de repente quando me deparo com a velha bususeta, a porra tá lotada! Aí, pã, né! Lá vou entrar... Entrei, fiz a curva da tok e stok, é hora de saltar do ônibus...pqp, que hora que as vezes se torna constrangedora! Quando estou caminhando para sair do ônibus, me deparo no corredor com cada lapa de bunda que chega amedronta, e o pior é quando existem 2 tanajuras. Uma de frente para outra! Vários pensamentos estratégicos de como passar naquele fio de espaço são elaborados em segundos, mas nada disso adianta, porque no final das contas, alguém vai ter que receber o presente! (Situação extremamente constrangedora! Por mais que vc tente se esquivar, emagrecer a barriga, desviar o pinto, alguém sempre recebe o pacote! E, querendo ou não você é tachado de safado, tarado, sem o que fazer, aproveitador e etc...)
7ª Estamos sentados bem felizes e de repente senta um traglodita que deve ter aproximadamente 2,5 vezes do meu tamanho. Eu imagino que pelo tanto de abertura que esses caras dão quando sentam, devem ter uns bagos de avestruz entre suas pernas! Véi, a abertura de compasso desses caras é muito grande! Eles se acham no direito de abrirem as pernas pouco se importando com o espaço destinado para as outras pessoas. (Nível de estresse alto, principalmente quando a perna dele fica tocando na minha! Uiiii!!!!!)
Bom, essas foram algumas das minhas observações feitas sobre o elevados índices de irritabilidade que me levam a perder a paciência dentro do ônibus, o que não é difícil de acontecer, né ? Sintam-se à vontade para escrever alguma experiência ou alguma situação que eu não tenha relatado.
Beijos e me liguem!
domingo, 29 de março de 2009
Proxima parada: Dubai - Parte 2
Então, pegamos o vôo da Emirates Airlines para Dubai. A parte interna do avião era ampla, com cadeiras espaçosas – se compararmos com as demais empresas – e diversos apetrechos para tornar a viagem de quatorze horas menos cansativa. A parte mais interessante eram as palavras em árabe escritas nas cadeiras e etc. Foi inevitável procurar com se escreviam todos aqueles avisos de sempre: não fumar, apertar o cinto, fechar a braguilha, amarrar o cadarço... Isto sem falar nas aeromoças usando um chapeuzinho vermelho na cabeça, com um véu caindo do lado esquerdo. Difícil era diferenciar o quando o capitão estava falando árabe e quando estava falando inglês, todos eram igualmente ininteligíveis.
Apesar da longa duração, a viagem não foi nada cansativa. Além das dezenas de filmes, seriado, jogos e canais de notícias à nossa disposição, do delicioso salmão servido numa das tantas refeições e da conexão à internet, a expectativa de conhecer o oriente médio e participar de uma reunião de cúpula de líderes sul americanos e árabes deu ânimo o necessário. Nesse tempo pude ainda fichar um livro de direito civil, ouvir a história centenária da família do japonês que estava do meu lado e começar este relato.
Finalmente, o capitão disse: Atenção senhores passageiros, começaremos agora nosso procedimento de descida até o aeroporto de Dubai. Pelo menos foi isso que imaginei ouvir, o japonês perguntou por que o piloto estava dando receita de bolo e se ele podia colocar margarina no lugar da manteiga. Do lado de fora havia apenas nuvens e raios, que traziam uma desconforte lembrança algumas cenas de lost. Em um telão a frente se via os números 4, 8, 15, 16...
Tendo sobrevivido ao pouso, começamos nossa peregrinação pelo aeroporto. Na realidade, nosso destino final era Doha, no Qatar, e o portão de embarque era o 128. Levou apenas uma hora para acharmos o primeiro deles. No chão, vimos um esqueleto com um ticket nas mãos, onde se lia Gate 104. Passamos por lojas de todas as grifes internacionais de roupas, perfumes, carros e comida, mulheres com véus de diversas as cores e tamanhos, homens com bigodes também variados e uma fonte. Descemos por um elevador de vidro, com colunas douradas e piso de mármore, paramos num pub para tomar um chopp e, enfim, nos deparamos com uma placa que dizia em árabe e em inglês, Parabéns, você chegou no portão 128.
Agora, faltavam apenas quarenta e cinco minutos para chegar na minha primeira cidade árabe...
sábado, 28 de março de 2009
Proxima parada: Dubai - Parte 1
Eram cerca de seis horas em Salvador e o Sol se punha enquanto o avião vermelho e branco se levantava com destino à São Paulo. Novamente, regressava à esta cidade, para, de lá, rumar a um destino improvável, desta vez Dubai.
Apenas uma semana antes, havia recebido uma ligação súbita com o convite para ir aos Emirados Árabes. O porquê, o como, o com quem, dentre outras perguntas igualmente sem importância, foram todas esquecidas: tudo que me foi dito foi o quando: 24h para decidir se queria ir ou não e mais seis dias para organizar tudo. Já que era óbvio que eu queria ir, ganhei mais um dia para a tarefa simples de convencer meus chefes de que seria bom me liberar por dez dias do trabalho, para uma viagem que eu não sabia os detalhes; convencer o coordenador da minha faculdade de que o aprendizado que eu iria ganhar justificava retirar minhas faltas; obter os documentos necessários; organizar minhas coisas, etc...
Obviamente, esta semana pareceu durar um mês, mas passou rápido. Tudo resolvido, ou postergado para depois da viagem, fui ao aeroporto de Salvador e fui recebido com a seguinte notícia: houve um problema com nossos passaportes, vamos torcer para eles estarem São Paulo, senão a viagem vai ser cancelada. Então, lá estava eu, sentado no avião, ainda sem fôlego por causa dos últimos sete dias e com a perspectiva de tudo ter sido em vão. Mas, sinceramente, não estava preocupado. Como deixei entrever acima, não era a primeira viagem que fazia nesse ritmo e o inesperado já era corriqueiro. Na realidade, eu devia ser o único naquele vôo que não estava divido entre a dor de deixar salvador e a vontade de voltar a São Paulo: minha cabeça estava já nos Emirados Árabes.
Então, chegamos à Guarulhos e encontramos um cara vestido de preto que surgiu do nada e nos entregou os passaportes, sem nos olhar diretamente e se foi. Acho que poucas vezes Hollywood reuniu tantos clichês numa história só. Malas despachadas, horas feitas, fomos ao salão de embarque. Pelas janelas de vidro pude avistar um avião com uma escrita árabe em sua lateral, seguida pela palavra “Emirates”: era o avião que me levaria ao Oriente Médio. Agora sim, meu coração disparou e ansiedade foi lá pra cima, mas isso vocês já deviam ter imaginado...
sexta-feira, 20 de março de 2009
A borboleta e o se
Tenho uma amiga que é bastante certa quanto ao que espera da vida. Ela deseja ser rica e bem sucedida e não tem dúvida de que vai conseguir isso, afinal tem trabalhado por isso há muito tempo. Confesso que tenho uma certa admiração por ela nesse ponto. Eu carrego dúvidas comigo sempre um inifinidade de dúvidas, tantas que geralmente deixo as escolhas para o último momento ainda peço uma prorrogaçãozinha. Então, vejo beleza nessa capacidade dela de traçar uma meta e persegui-la com afinco e com tanta certeza. Mas, há uma questão que não consigo evitar quando penso nessa amiga: será (maldito será!) que um dia, lá na frente, quando ela tiver tudo que quer, ela não vai olhar para a vida e pensar que não tem nada do que precisava?
Em primeiro lugar, o ser humano é complicado. Embora eu ache que a gente simplesmente quer um pouco de felicidade e conforto, para aliviar as dores inevitáveis da vida, essa felicidade é cheia de detalhes. Aposto, por exemplo, que se essa amiga ganhasse cinqüenta mil reais por mês numa empresa em que todos ganham cem, ela não seria feliz. Outros, como eu, se ganhassem um salário desses numa empresa que corta as árvores da Amazônia para fazer papel e ainda vende os macaquinhos, seriam igualmente infelizes. Enfim, nossos desejos sempre vêm cheios de condições e variáveis, que tornam as coisas complicadas.
Então, eu fico pensando se ela não está simplificando sua vida e reduzindo tudo àqueles dois objetivos que mencionei. Será que ela não está criando um novo deus, o da fama e da riqueza, que é capaz de lhe dar tudo que ela precise? Algo tipo “tudo posso naquele que me faz rica e bem sucedida”. Se ela estiver feia, pode pagar uma plástica, se tiver problemas em ter filhos, paga uma inseminação artificial e por aí vai. Segundo ela, se gostasse de um cara com grana, ela casava agora, a despeito dos planos de só casar no futuro. Mas, que eu não me preocupasse, seria apenas por uns cinco anos. Pelo visto, o deus dela pode arranjar um casamento também.
Aí, fico imaginando se, lá pelos trinta e poucos anos, após terminar uma segunda graduação e ter feito a pós-graduação que ela planeja, já com um currículo bonito, artigos publicados e uma sólida rede de relacionamentos, minha amiga vai, finalmente, ter o que desejava e sentir algo estranho, aquela pontada na consciência que nossas verdades geralmente dão. Só que, nesse momento, ela ainda não terá testado seu deus e ainda restará esperança. Aí, ela deve arranjar um marido bonito e bem sucedido, ter um filho, fazer aquela plástica, construir uma casa e viajar pela Europa. Até que, aos quarenta e tantos anos, ela enfim terá tudo, mas ainda sentirá o mesmo vazio enorme, só que agora sem esperança de preenchê-lo. Vai sentir uma vontade de mandar tudo para o inferno: os amigos interesseiros, os filhos cheios de vontade, o marido ausente e o elefante branco que é sua casa. Contudo, essas coisas todas a possuíram ela mais que o inverso. Quem sabe o próprio capeta virá em pessoa dizer-lhe que tem duas notícias, uma boa e uma ruim: a boa é que ela não precisa mandar nada para o inferno, porque aquilo tudo já o é. A ruim é que, se, sendo assim, ela quer sair, não dá mais para fugir, vez que ele a prendeu de todas as formas possíveis.
Que situação mais cruel deve ser sentir-se presa pelos seus próprios desejos numa altura dessas da vida. Imagina dar-se conta de que todos os seus esforços serviram apenas para lhe aprisionar. Não quero aqui defender a importância da família, de ter alguém para dividir a vida e apoiar nos momento de dor, nem vou pregar a necessidade de cuidar de uma saúde espiritual. Apenas vislumbro a possibilidade de haver nela algo mais que dinheiro e reconhecimento. Enfim, apenas um monte de se, saído do dia-a-dia de um mosqueteiro pós-contemporâneo...