domingo, 21 de dezembro de 2014

Emoldurando Amores

Sob um céu claro e azul
Se estende um tapete verde musgo
Grandes árvores e arbustos emolduram o dia lindo
completando o céu estão os algodões

Sobre a grama estendido,
um grande xadrez vermelho e branco
um suquinho de canudo e um sorriso de moleque
marcam a felicidade do pequeno

À direita está a mãe
grandes dentes gargalhando com prazer
um dia como esse não acontece todo tempo
e ela sabe, tem que ter tudo dali
O pai de pé contempla o seu sonho de menino
seus amores transformados carne e osso

mas a tela não existe é uma sombra do passado
um futuro de um passado que não mais será
Nem em tela nem em metal e nem em papel
nem com óleo, com acrílico ou carvão
a vida custa os sonhos e deles se alimenta
não é justa, não espera, não pede perdão
É um incêndio permanente de tudo que não pode
nem o tempo está livre, tudo queima
some no ar

e a pintura perde a cor,
desbotando volta ao cinza
desfazendo-se em chuva de milhares de pedrinhas
do pó de estrelas do qual foi criado.