Conta a História - ou seria melhor dizer "reza a lenda"? - que, certa vez, um guerreiro do Povo dos Quatro Cantos, se apaixonou pela filha de um Rei, verdadeiro significado da palavra Inca. Como em qualquer boa estória de amor, o romance era proibido, já que um soldado não podia se envolver com uma nobre.
Ao tomar conhecimento desta situação, o Inca ordenou que sua filha fosse executada, de modo a evitar aquela humilhação. Seguindo a tradição romântica, Ollantay, o guerreiro apaixonado, raptou sua amada e fugiu com alguns fiéis seguidores.
Por muitos anos, eles viveram juntos na selva, enfretando seu próprio povo e os invasores espanhóis, até que foi traído e levado ao Rei. Após diversos desencontros, os captores levaram Ollantay à capital do Império, Qosqo, o umbigo do mundo. Contudo, neste meio tempo, o Inca morrera e fora sucedido por seu filho, irmão da princesa raptada. O novo Rei perdoou o casal, que foi viver numa cidade próxima.
O que se sabe de verdade é que esta cidade foi um dos últimos pontos de resistência do povo dos Tahuantinsuyo e que, após destruir este reduto, os espanhóis não avançaram mais pelo vale. Esta cidade hoje é chamada de Ollantaytambo, expressão Quéchua para casa de Ollantay.