terça-feira, 8 de maio de 2007

Tudo à Maioria

Estavam todos lá. A multidão tomava conta do salão e formava um semi círculo que começava em uma e terminava numa outra extremidades de uma mesa cumprida. aspessoas se acumulavam em níveis diferentes de altura do piso, formando uma espécie de concha. a parte de dentro, naturalmente. lá estavam eles consensuando sobre uma via de escoamento. era imprescindível que a cidade tivesse um canal de comunicação com a modernidade. a indústria tinha se montado lá perto há pouco e eles precisavam usufruir dessa 'maravilha'. Derrepente adentrou no salão um casal. o homem com uma menina no colo e a mulher com um garoto na mão. foram bem recebidos e saudados. Tomaram seus lugares na assembléia que continuou. mais inusitadamente ainda o recém chegado pediu palavra, prontamente atendido, começou a discorrer de forma pouco hábil, mas no máximo que a vida o ousou ensinar, sobre sua opinião. Disse-lhes que morava naquela terra há muito, a recebeu de seu pai e vendeu parte dela para necociar sua dívida, que ainda estava pagando, mas que em alguns anos o faria e a terra seria o suficiente para sua família viver e pensar no futuro. Um outro homem recebeu a palavra e apalaudiu o seu antecessor e fez um discurso emocionado sobre a essência do trabalho e a forma como ele emancipa o homem. e concluiu: Esse homem merece nosso apoio! vamos comprar a terra dele por um preço que ele possa pagar suas dívidas e que lhe sobre algo para ter um teto sobre a cabeça. com certeza haveria a possibilidade dele disputar uma vaga na indústria e manter sua família! Coloquemos em Votação! Todos a Favor. Viva a Democracia!

Um comentário:

Saulo Dourado disse...

O seu discurso indireto dá uma conotação de fábula e ao mesmo tempo uma futucada nas tripas: esse "mito" é real. glup.