sexta-feira, 6 de junho de 2008

"Ela precisa Sentir"

Recentemente eu fiz uma faxina no meu quarto. faxina não, um "faxinaço" joguei toneladas de coisas fora e, naturalmente, fiquei com outras tantas. foram dois sacos de oitenta litros e uma caixa de monitor cheios de papel para reciclagem, separei uns brinquedinhos pra quando meu sobrinho tiver idade e todos os cacarecos que pareciam ter alguma utilidade eletrônica eu guardei, fora o conceito de utilidade que em minha cabeça se expande com o tempo, mente fértil, eu consegui resultados agradáveis no meu descarte.

apesar disso parecer bastante interessante(!?) a questão mais importante, pelo menos o que me motivou a sentar nessa cadeira e escrever foi uma série de papéis impressos, grampeados uns aos outros pela parte superior esquerda do papel. a caneta, na primeira folha, lia-se: "P/ FRED!". com letras de forma numa grafia bem particular. a caneta preta parecia não querer ter obedecido o dono no momento da escrita e isso era suficiente para saber quem foi. e diga-se de passagem a intimidade do operador da caneta com o mundo das palavras e da escrita é, digamos, diametralmente oposta à sua coordenação motora "fina".

"Você vai começar o livro ainda hoje?". essa é a primeira frase do texto e naturalmente não há uma resposta direta, o que há é o fato. existe a história e é isso que eu encontrei. uma história sobre as reflexões de um espírito inquieto, da melhor forma socrática possível, uma mente realmente inquieta. e ele refletia, é claro, sobre o amor. e não só o seu, naturalmente que ele estava no centro das reflexões, mas o que há de melhor é o fato de aquilo parecer ser o tema do momento.

Era um momento próximo da nossa formatura do terceiro ano. e as coisas não estavam indo bem. pra nenhum de nós. é claro que era só com relação a namoros. iríamos eventualmente passar em nossa respectivas universidades e seguir caminho pra uma carreira, sem maiores transtornos, só o inevitável. mas parece que essas coisas não eram importantes naquele momento, pelo menos não tão importantes quanto nosso destino emocional.

Os dias que precederam a festa foram como calmarias antes de um temporal. eu me preparava psicologicamente para dar adeus à minha paixão quase doentia e conversava com juliana sobre os detalhes. juliana que entrou no bolo, com destaque do autor. justamente na parte de "porque não conseguimos ter controle de nós mesmos" novamente sem respostas vemos conjecturas em que, caso tivessemos controle, nada disso teria acontecido...

Os diálogos com lu, sua principal interlocutora, levam boa parte do romance. muito aqui pode se descobrir sobre uma pessoa que leva a moral bem a sério. é engraçado como ele tenta o máximo que pode, ser honesto com todo mundo, inclusive com ele próprio! e lu parece um espelho que suga as coisas. lendo isso de novo, parece comédia. é sério é muito engraçado como dá pra ver o que está acontecendo e essa é a parte em que tudo se complica.

Depois de passar por "ela precisa sentir" e "é a realização de um segundo" chegamos ao fatídico "Meu Deus, é Tudo tão errado!". e acreditem, estava quase isso. a cena principal é como aqueles filmes de amigos que se separam pq cada um acha uma "galera legal" mas aí dá uma merda da porra e eles se juntam, num cantinho, numa noite chuvosa, feia e má. foi mais ou menos isso. estavamos eu, leo, duda e Flores. essa parte tá bem bagunçada no texto segundo as palavras do próprio "não vou lembrar de todos os detalhes, os fatos não estão organizados em minha mente. nada está organizado! Tudo muito emaranhado em tudo" então vou adicionar alguns detalhes. Ele chegou e eu tava com a "cara realmente ruim" - ele precisava me ver por dentro, lá ele - e era por causa da finalização que mencionei a pouco. ele me abraçou e falou "muitas coisas sobre nossa amizade" o que o fez chorar muito e a mim também. e ele continua "Todavia, eu não chorava por mim, nem por Ângelo, nem por Simon. Eu chorava por todos nós. Tudo está errado, entende? Tudo! Como um grande quebra-cabeças fora do lugar."

E, de fato, estavam. Choramos aquela noite. uma das mais terríveis da minha vida, faz bem pensar que até o céu chorava por nós. mas como não pode chover pra sempre, assim eu espero, o sol voltou e agora?

Agora? agora Simon está casado e bem assentado, eu vou muito bem obrigado - apesar da distância - e você meu querido amigo, hoje faz aniversário. e tem uma senhora ao seu lado. o que mais querer? o resto todo, é claro! É bonito ver que aquele quebra-cabeças foi, aos poucos, se revelando e agora transformou nós três em nós seis!

Se a vida é um quebra-Cabeças mesmo, então que seja como aquele da casa de Chu. Graande difícil e regado a grandes amizades e um bom strogonoff.

Parabéns Momis.

5 comentários:

Athos disse...

Em primeiro lugar, parabéns momis tb. naum soh por uma sequncia logica de ideias, ou por organização mais pratica, mas pelo lugar desse cara em minha vida.

No mais, as vezes eu me sinto D'artangnan. apesar de ter participado de mts das conversas sobre o assunto naquele ano, essa história se passou bem longe de mim, apesar estar logo ali...

Enfim, por isso mto mais, o post valeu a espera.

Saulo Dourado disse...

lembrando de tudo de vivo que essa história traz, dá pra prever uma certeza: eu vou ser um grande velho saudosista.

Sakenne disse...

Hola! Gracias por postear en mi blog. Lamento decir que no entiendo mucho de portugués y, por ende, no he logrado traducir a cabalidad lo que has escrito. Prometo - solemnemente, claro - que intentaré aprender tu idioma lo más rápido que pueda para leerte como mereces :) (la lengua no es problema cuando hay intenciones de conocer algo, ¿no crees?)

Muchos saludos desde un helado Chile, ojalá que allá no estén nadando los pingüinos en las playas ^^ (acá sucede, jajaja!!!).

Ah!, y mucha fuerza para cuando vengan las crisis carajudas de tipo 'quiero destrozarlos a todos', jajajaja!!!

Sakenne ^^

Aramis disse...

Que blz!Estamos para ao vivo para todo o mundo? Perdoe-me, minha memória falha nesse momento faz juízo ao adjetivo posto nesse período. Tenho boas lembranças das nossas caminhadas do isba até o velho Tanajura...caminho esse que absurdamente parecia longo naqueles dias, mas hoje me parece tão curto. Curto porque aquele nosso momentos nos tempos de longo era preenchidos por diálogos que por vezes pareciam ser infundados, lúdicos e muitas vezes esquizofrênico! Lembram da discussão sobre a máquina do tempo? Enfim, não sei o quão eu participei desses momentos, mas fico extremamente feliz dos que eu pude participar. Aprendi nesses momentos a fina sintonia que existia dentro de mim e a qual, sob a tutela e o olhar de vocês eu pude desenvolver! Graças amigos pela aqueles momentos de crescimento pessoal. Momis e Fred meus queridos e velhos amigos, somos irmãos de alma!

D'Artagnan disse...

Léo é o cara. quando eu digo ninguém acredita. e sempre foi assim mesmo, mais ponderado, mais calmo e mais sábio que a gente. que eu, pelo menos. e Athos Continua marotando. chile hein papá, tá expandindo horizontes, é isso aí!

e aquele sinuca? vai rolar de novo? hehehe