Correu como pôde. naquele lugar escuro e úmido suas pernas exaustas o atiraram contra a parede curva. tudo era cinza. com a ajuda do sangue que teimava em falhar chegar no seu cérebro, descrevendo em sua frente as mais bizarras distorções da realidade, fria e cruel realidade.
Já não ouvia os passos que até pouco tempo o atormentavam. entretanto era difícil ouvir algo com sua respiração daquele jeito e seu coração martelando contra a caixa do seu peito como um taiko yaku¹ lançando o exército conta o inimigo. o problema era que, agora, o inimigo era ele.
Se pegou procurando uma saída. pra onde? pensou interrompendo a busca. voltar para aquele lugar maldito não era opção. o suicídio, se fosse, poderia tê-lo feito sem se cansar tanto. o que resta?
Um gosto amargo desce pela sua garganta. por fora, um formigamento sobe por ambos os lados do seu pescoço, passa por trás de suas orelhas até as têmporas e inunda seus olhos.
-Foi tudo... em vão?
Imagens confuzas cruzam sua mente em um piscar de olhos, fogo, lama, balas, balas e mais balas. Gritos, gemidos, suplícios. Vomitou.
Vomitou tudo que não havia comido, quis ter vomitado a si próprio assim não precisaria ver seus olhos na poça formada por seu excremento. olhos que viram mais do que desejaram ver e agora viviam mais uma vez... para ver mais o quê?
4 comentários:
Por que as reflexões mais crueis chegam nas horas mais impróprias?? Mas venha cá, se o sangue naum chegava na cabeça dele nem pra ele enchergar, como ele conseguia fazer essas elucubrações?? coisas da vida...
Ps:faltou dizer oq eh iacu taco.
foi mal o yako taiko é o tocador do taiko, um instrumento de percussão japonês...
ele parou. aí o sangue das pernas voltou pr cérebro... huehehue
e a tocadora?! como é?!
muito bom o texto, moço! =*
precisa explicar nada naum: são apenas críticas sofismáticas. a história tah mto boa msm.
Agora, os contos parecem meio egoístas msm. acho q transcender um personagem e criar uma história complexa eh complicado de fato. por isso tb a ideia da historia coletiva eh boa...
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